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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Os anos Dilma

O calendário brasileiro, por inspiração do calendário romano pré-juliano, tem dois inícios; o primeiro em janeiro, o segundo, depois do carnaval. A mídia - serva do capitalismo - ignora solenemente os demais calendários pelo mundo, subjugados. Aqui no Brasil, a segunda data de início ainda não aconteceu, o que nos dá um fôlego a mais, embora o comércio e negócios se façam todos os dias, principalmente os escusos. No entanto, decisões importantes são adiadas.
     A substituição da presidência da Petrobrás é uma grata exceção que nos dá uma sensação de que o século XIX está se distanciando, por conseguinte, do período joanino por que passou o País, instaurando-se a competência e a carreira como critérios para nomeações importantes. Rumo ao processo eletivo e sem as nomeações de fundamentação exclusivamente pessoal, vamos avançando na formação da cidadania - ainda que a passos lentos, visto a demanda reprimida da sociedade brasileira.
      Apesar da ignorancia ainda ser um contratempo no ato do voto, o processo eletivo está se configurando promissor, não obstante a imprensa está mais esclarecedora à medida que se posiciona contra ou a favor do governo. Este é o lado positivo de uma mídia vendida: fazer oposição obriga a uma posição e defesa de um conceito, ainda que nocivo, parcial e covarde como os editores brasileiros.
     A era Dilma, lenta e gradualmente está mudando conceitos (ainda presentes no governo Lula). Para muitos, a agressividade de gestão do Poder Executivo anda a passos de tartaruga para as mudanças sociais tão urgentes, o que tem razão. Mas o fator de mudança social e de formação de cidadania carece de uma absorção realmente lenta. É fácil para a mídia oposicionista e seu séquito de parlamentares fazer argumentações facilmente digeríveis para a população. No entanto, está cada vez mais difícil mentir e inventar argumentações levianas contra o processo que se instaurou, sem uma segunda leitura. A exemplo deste fenômeno surge o Poder Judiciário: ao banco dos réus pela primeira vez, e sob a voz feminina exigindo a correção do curso do CNJ. (Para não ficar para trás a masculina OAB se manifestou bravamente).
     O carnaval levará para longe muitas preocupações, inclusive a mensagem midiática, ocupada em cobrir as festividades de Momo e seu imenso cortejo saltitante, suado e cheio de hormônios... E logo em seguida as manchetes vão se voltar para assuntos menos mundanos, trocando de máscara, levantando suas baterias de tiros contra as boas e más medidas do governo, enquanto os tamborins se realocam nos bares, ao perfume de cerveja e linguiça acebolada com farofa...