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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Mito da Caverna e a Mídia Conservadora


Esta semana, em Observatório da Imprensa (13/nov/2012) o tema foi
as eleições norte-americanas e a vitória nas urnas de Barak Obama.
O que poderia ser destacado é a posição da mídia em tom de
moderação conservadora, isto é, visto que o mundo ocidental - e até
a China - está percebendo uma cisão perigosa entre ricos e pobres,
a mídia quer se salvar da derrocada - em curso - dos conservadores
e das direitas.
Não que venha a se tornar progressista, senão seria um tiro no pé,
uma vez que se alimenta do capital financeiro e se coloca a serviço
das elites mundo afora.
Quando se fala de imprensa livre, é bom lembrar o mito da caverna
de Platão, considerando o mundo conhecido apenas como a
caverna e não fora dela. Explico: o jornalista é livre para escrever
e publicar aquilo que lhe é permitido (ou seja, a sua sombra
projetada no fundo da caverna), pela linha editorial a que
está submetido. A luz (o saber) vem de fora da caverna.
O jornal ou instrumento midiárico pode (e deve)
tomar uma posição política, ideológica e até partidária - elementos
da Democracia - mas não pode usurpar o direito e controlar as
publicações e a expressão dos seus colaboradores, pois, assim
fica caracterizada a perseguição política e a censura.
No entanto, na prática é justo o contrário. não ser...

A não ser com o advento da internet, onde os jornalistas e os
não jornalistas publicam "dentro de uma liberdade" e de "fora da
caverna", longe das sombras projetadas pelas editorias manipuladoras.
O Jornal do Brasil - hoje apenas "internético" - abandonou o
papel (por razões que não cabem aqui). Mas não por isso
alforriou os seus. O controle e a auto-censura permanecem.

Com o fracasso de Obama nos debates frente o republicano,
a vitória não ficou garantida para nenhum dos dois candidatos.
A tese de que o vencedor do debate é o vencedor das urnas
se tornou tão dialética quanto o pensamento filosófico.
A Ciência Política vai ensinar aos mass media a sua lição de
casa; e não é a pesquisa de opinião, e não é o que se publica
acerca de um candidato, que definem o resultado das urnas.
Assim foi com o Lula, com a Dilma e com o Haddad (em São
Paulo). Todos severamente bombardeados pela mídia e pelos
editores. A verdade é que o meio nem sempre é a mensagem,
nestes casos: o eleitor não vota pela opinião da mídia ou do jornalista,
ou do editor, ou do dono do veículo.
(Mesmo quando toma conhecimento desta ou daquela opinião).
Ele vota pelo seu bem-estar, dentro do seu juízo de valor.
Poderia até ficar na dúvida provocada pela explosão de ilações
e tiroteios provocada pelos meios de comunicação.

O leitor, o expectador ou o ouvinte, não é necessariamente de
direita ou de esquerda. No entanto, percebe que a posição
do jornalista, cujo texto é conservador, constitui-se na sombra
projetada no fundo da caverna. Daí, como eleitor, pensa
sob a luz que vem de fora da caverna (e que projeta aquela
sombra). Esta é a fonte do processo de derrocada das
direitas e da moderação da imprensa conservadora.

No fundo, vota com o coração na mão, e o cérebro a controlar
os dedos na hora H.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ex-senador Demóstenes Torres - Cumprimento de Tabela

A cassação do ex-senador Demóstenes Torres ontem, 11 de julho de 2012 é um fato histórico do qual os brasileiros devem se envergonhar, justo porque não passou de mero cumprimento de tabela, onde a formalização da votação não passou de um ensaiado momento senatorial.
A decisão já estava tomada há muito tempo, "a opinião já estava formada", segundo o presidente do Senado, o ansião, José Sarney, que passou da hora extra. E já estava tudo pronto, uma vez que a mídia, cozinheira chefe do processo, deu uma notícia já projetada e conhecida, para lembrar Elliot Carver, personagem do filme  O Amanhã Nunca Morre, de  Roger Spottiswoode.
O Senado brasileiro, a exemplo do senado romano, é um covil de latifundiários, empresários e magnatas da sociedade, dispostos apenas a manter o status quo. E assim procederam os senadores, associados à mídia, para "derrubar" o límpido e sagaz Demóstenes Torres, paladino da ética, voz de inúmeros discursos calorosos, legalistas e impiedosos com os seus pares fora da lei.
Cai o senador D. Lázaro Torres, sem promessa de ressuscitar! (Como está declarado na Bíblia). O Senado se mantém em pé, seguindo as profecias do próprio ex-senador em manter a integridade da instituição. O Senado muda (vota a cassação) para se manter o mesmo.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Constituição da Ditadura

Constituição da Ditadura me parece o termo mais próximo do que aconteceu com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo. Qualquer manifestação estrangeira neste momento parecerá equivocada. Corro aqui o mesmo risco. Seus "caçadores" - todos - foram eleitos pelo povo, democraticamente, a não ser as verdadeiras intenções... E a sua Constituição?
Se a Carta Magna paraguaia permite um impechment nos termos e no processo como foi aplicado, ninguém tem nada a ver com isso; mas cabem duas perguntas: seria uma manobra legislativa a execução de um golpe com tamanha rapidez? E outra: se o texto legal do respectivo instrumento jurídico permite tamanha atrocidade, como foi possível outorgá-la - não teria passado por uma revisão, com vistas a amplo direito de defesa?

É no mínimo estranho que parlamentares tão unidos o fizessem sem uma carta na manga a menos de nove meses das próximas eleições. E estaria Lugo impedido de participar do voto em abril de 2013?
O embargo econômico com o Mercosul não estava previsto pelos supostos golpistas?
São mais perguntas do que respostas.

A mídia brasileira
A nossa imprensa vendida está dando ares de normalidade ao ocorrido, mostrando ruas, cafés e movimentação diária em situações do cotidiano paraguaio e sem insinuação grave de que o povo está insatisfeito ou fazendo manisfestações nas ruas. A mídia conservadora está mesmo com as barbas de molho, embora seus jornalistas estejam articulando um discurso legalista e tentando descaracterizar o golpe, na medida do possível.
Por outro lado, mantém uma corda de balão ao alcance, com argumentos que não desprezem a rapidez da condenação do presidente paraguaio, pois assim, no futuro, se for considerado realmente um golpe, ter-se-á a opinião democrática validada. Como a opinião está garantida - por lei - aqui no Brasil, podem fazer afirmações sem constatações, a título de liberdade de expressão .

Pimenta nos olhos dos outros é refresco
Quando Hugo Chaves, para uma empresa de telecomunicações na Venezuela (um grupo midiático), dentro da Lei, estava por revogar-lhe a concessão, isto é, não renovar, a mídia brasileira "pulou nas tamancas" e gritou aos quatro cantos que era um ato despótico e anti-democrático.
Agora, a cassação de Lugo está dentro da legalidade, dizem os arautos dos capitalistas, e amenizam: "embora possa ser realmente um golpe", já que teve somente duas horas para se defender.

Conveniente, muito conveniente...


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mídia e 13 de Maio

Depois de 124 anos de "abolição" dos escravos a Lei Áurea, decretada por uma mulher senadora (a princesa Isabel, filha de D. Pedro II) a "moderna" e atualizada mídia brasileira ignorou o fato, face a força avassaladora do Dia das Mães, criadas para vice-reinar o Natal no meio comercial e de entrega de presentes. Os shoppings cheios de consumidores em estado de cidadania estiveram ocupados em pensar em um novo presentinho para a mamãe, corolário da família católica apostólica conservadora e compradora.
E como comprar presentes para um escravo que, supostamente, não vive mais?
As mães, no entanto, se dizem escravas e preservam este estado à medida que o reproduzem ao "educar" seus filhos, trabalhando fora ou não.
(É bom lembrar que a escravidão e o trabalho escravo são conceitos diferentes hoje em dia).

O refererido jornal O GLOBO (no post anterior acima) não cita uma palavra sequer sobre o tema e reserva inúmeras páginas, tanto no segundo caderno como em sua revista de TV.

Seria uma forma de a sociedade capitalista e midiática se confessar frente a seus tabus?

Cultura Portuguesa, Crise Econômica e Mídia

Foi publicado no O Globo de domingo, 13/maio/12 (e no vespertino para tablet O GLOBO A MAIS) acerca do estado d´arte de Portugal. A crise econômica fez o governo portugês cortar o Ministério da Cultura inteiro e reduzi-lo a uma pessoa - Francisco José Viegas -  Secretário de Estado da Cultura.
A frase que eu destacaria da reportagem, para suscitar esta perspectiva é a seguinte:
        " Somos tratados
          pelo governo
          como 'subsídio-
          dependentes.´ E
          as empresas de
          construção? Vivem
          de contratos. "              (Rui Xavier, artista plástico)
(Imediatamente reportei-me à política brasileira, onde as empreiteiras, cujos empresários são amigos e lobistas de políticos e governantes, mormente no Estado do Rio de Janeiro, fazem contratos bilionários com os governantes, uma vez que o estado brasileiro não subsidia a agricultura (área rural), mas financia as obras públicas (áreas urbanas)).
A crise por que passa o Estado lusitano remete ainda diretamente ao governo Collor, quando a cultura brasileira ficou reduzida ao entendimento de pó - com exceção da cultura de massa, de quem a televisão é a locomotiva.
A tristeza por que passa o metier artístico ultramar é flagrante e uma "metáfora real", por assim se dizer, é ponto de encontro de um submundo para poetas: um bar subterrâneo em Lisboa - o Bartleby, "em homenagem ao "Bartleby" de Melville (personagem que sempre responde: "Preferia não o fazer". A declinação como resistência)." No entanto, o meio está dividido entre os que ficam e os que abandonam. (Lembra o governo Médici (1969-1974), com o célebre slogan -"Brasil: ame-o ou deixe-o" (e cuja audácia ideológica do regime da época resume o reconhecimento do Estado Brasileiro frente à resistência).
No Brasil, a Rede Globo estava gerando as Organizações Globo - não se falava em perseguição, nem se fazia propaganda declarada, nem do Capitalismo e nem contra o Comunismo (tudo era subliminar, a única parte inteligente da ditadura brasileira).
E é justamente a ditadura do capital, mais esperta e sabida do que a militar, cunhando o termo mídia, a responsável pela esquizofrenia da cultura em Portugal. É bem verdade que o Estado português e a Fundação Gulbenkian "viciaram" os artistas de lá. Era uma migalha da política socialista anterior deixada às vésperas da crise mundial; política que foi dizimada com a hegemonia da Direita na Europa (apesar deste quadro estar mudando com as eleições em França, com a subida de François Hollande).
Sem editais e sem projetos, 2013 é uma incógnita de parâmetros conhecidos em Portugal, preconizam alguns.

É a verdadeira face do Capitalismo frente à Cultura.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Tabagismo e Mídia


O cheiro e a fumaça provocada pelo cigarro são resíduos tóxicos. Se está pensando em legislação dos resíduos, engana-se. Não se trata disso. Foi veiculado esta semana que a composição dos preços dos cigarros vai sofrer um acréscimo proporcional, aquém, ainda do praticado na Europa. A indústria do tabaco ordinário que vende estes maços bonitinhos de cigarro está, no entanto, tranquila, pois a legislação acerca dos condicionantes como a nicotina não foi alterada.  O faturamento e o vício estão garantidos.
Por um lado, a legalização das drogas é uma atitude salutar. No entanto falta coragem, preparo político e cultural. Por outro, o problema da saúde pública e do combate às drogas lícitas, como as bebidas alcóolicas e o tabagismo permanece como operação enxuga gelo. A diferença preliminar é que, com a droga lícita, há um possível recolhimento de impostos, enquanto com as ilícitas, há um gasto com impostos.

A mídia parou de veicular anúncios publicitários para cigarros e reduziu para bebidas (a cerveja se salvou). A festa dos anos 60, 70 e 80 acabou com chegada da cultura do politicamente correto. Até no cinema nacional o cigarro e os drinks estão mais comedidos ou ausentes. Com isso, pensou-se que as pessoas estariam menos estimuladas a consumir estes produtos tão maléficos... Será?
Qual nada! Basta olhar para o chão e ver as guimbas de cigarros espalhadas entupindo os ralos nos meio-fios. Nos bares, nos churrasquinhos de rua, nos moradores de rua e em tantos lares, as garrafas de pinga e cia ltda estão presentes; e há quem tome um gole ou outro. Tomar um gole é um fato, outro é sair da balada cheio de fumo e etílico a bater em postes, calçadas, canteiros, moscas e elefantes diante de uma operação Lei-Seca em busca de "bandidos" com o bafômetro na mão esquerda e o talonário de multas na direita, enquanto a indústria do alcoolismo e do tabagismo se refestelam em economizar a grana da publicidade da qual foi "proibida". É o boca-a-boca como melhor tática de marketing, a velha mídia do seu Joaquim que vendia em seu armazém de secos e molhados de volta à cena.
Internet? Qual nada! Isso é para outros aficcionados... Não tem nada a ver com cigarros e uma caipirinha durante os emails...

terça-feira, 17 de abril de 2012

A Mídia Brasileira sempre foi Canalha - já dizia o Millôr Fernandes...

Em entrevista à folha - durante sete horas - , Millôr Fernandes que atuou desde 1938 no jornalismo, (ainda na revista O Cruzeiro) deixa-nos clara a sua posição sobre a nossa imprensa, modernamente, chamada de mídia...
Folha - Você acha que o jornalismo brasileiro melhorou muito de lá pra cá?
Millôr - Muito, tecnicamente. Lamentavelmente, porém, do ponto de vista ético, moral e social, melhorou muito pouco. E já era quase criminosamente ruim naquela época. Conforme você sabe, eu não tenho nenhuma formação marxista, não acredito em excessivos determinismos históricos. É evidente, é liminar, que as forças de produção regem muitas coisas. É liminar que o contexto da sociedade reja fundamentalmente muitas coisas. Agora - o que não é liminar é o seguinte: há forças metafísicas, há entrerrelações no mundo que não estão previstas em qualquer ideologia; a isso eu chamo o anticorpo. O Marx é o próprio anticorpo dentro da sociedade em que vivia. Se as teorias de Marx fossem perfeitas, ele não existiria. Porque o contexto social e as relações de produção da época não o previam, não o permitiram. Você pode dizer que a imprensa é resultado do meio, a imprensa é resultado da sociedade em que funciona. Certo. Mas, às vezes, por força de um indivíduo, ou por força de um pequeno grupo de indivíduos, ela pode se antecipar ao seu meio e fazer progredir esse meio. Mas a imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o país. Acho que uma das grandes culpadas das condições do país, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime.
 - Tirado do site da Livraria da Folha in:
clique em Entrevista de Millôr à Folha 
 (ou   http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1068552-a-imprensa-brasileira-sempre-foi-canalha-leia-entrevista-com-millor.shtml)

domingo, 8 de abril de 2012

Segurança Pública no Rio de Janeiro

A criação das UPPs, que consiste em levar a PM para o alto das favelas no Rio de Janeiro é uma medida coercitiva e meramente de polícia, sem um projeto de reurbanização/reeducação, cuja eficiência fica comprometida desde a sua concepção e de confirmado fracasso, à medida que as páginas policiais permanecem como dantes, salvo raros eventos de melhorias relativas em parcas localidades dessa ou daquela favela.
Um  ausente projeto social e de educação garantem o status quo da insegurança, um futuro incerto, de cujas consequências estão desprovidas do lastro do desenvolvimento para as pessoas - repito: para as pessoas.
O espaço sofreu pequenas intervenções, miseráveis praças e nenhuma escola foi fundada - a prioridade é a arma de fogo, o efetivo de policiais e infraestrutura para manter instalações improvisadas a fim de conter mini-quarteis para policiais recém concursados, oriundos de um treinamento feito às pressas para atender a uma população acostumada com o desmande e a desordem, atuação em meio ambiente depauperado por milícias e ocupação irregular - tudo sob um discurso enganador e maldoso, dotado de um cinismo apurado a convencer os eleitores que se veem iludidos a reeleger os mandatários farsantes.
O urbanismo e a escolaridade de baixíssimo nível permanecem intactos, sob o jugo da força pocilial igualmente fragilizada por um sistema concebido para enganar a toda população. O princípio adotado é o mesmo que se praticava quando a PM subia à caça de marginais. Agora, o processo de construção de moral é tão midiático quanto antes, associado a uma ocupação meramente física do Estado, através de acordos locais codnominados de "sem dar um tiro"; no entanto, fadado ao fiasco, findas as festas de Copa do Mundo e Olimpíadas.
A farsa tem as mesmas dimensões do entorno das vizinhanças da zona sul e dos locais reservados aos eventos desportivos - objetivo de governo, sem políticas de Estado - enquanto todo o estado do Rio de Janeiro fica a mercê da corrupção e do abandono da responsabilidade do serviço público
A bomba relógio, de consequências desconhecidas tem data para explodir, uma vez que o sr. Governador e seu séquito provavelmente nada responderão pela falácia e enganação instaladas nas favelas cariocas.
A História repete seus desígnos políticos, a promoção dos maus políticos por meio da exploração da pobreza e das fraquezas da sociedade capitalista.

terça-feira, 27 de março de 2012

Atropelamento midiático - Verdade, Mentira ou quem paga Mais?

No circuito midiático brasileiro obtivemos um "alinhamento planetário". O fenômeno emprestado da Astrologia aqui vem a calhar com a ação do CNJ sobre os magistrados juízes do Rio de Janeiro e o infeliz "alinhamento" entre dois pontos em colisão consistindo em um ciclista (hoje falecido) e o filho do Eike Batista, sob o nome de deus nórdico: Thor Batista (hoje conhecido).
A população ao ver a situação apresentada pela imprensa ainda não sabe bem o que pensar: se um ciclista bêbado atropelou um carro de bilhões de Reais ou se um carro esportivo estava na pista certa.
E nem o delegado responsável pela ocorrência, visto que o processo está em tramitação.
Ainda não tivemos a resposta da vigésima quarta perícia constante do tomo quinto, parte integrante do livro décimo quarto de análises criminais, balística e afins.
Nem sabemos de quem foi a falta de perícia, já que, por conta do ato ou da omissão (ou imperícia) de um dos dois "pilotos",  temos agora este rol de peritos, laudos e indefinições de um assunto mais do que mastigado pela História Antiga e Recente no Brasil - uma mentira dita seis vezes (ou mais, às vezes menos) torna-se verdade, ou a depender de quem seja o sentenciador a qual preço... o da toga ou da fuga das garras (unhas) do CNJ.
Só mais uma pergunta: quantos ciclistas morrem por atropelamento nas estradas brasileiras por automóveis no Brasil afora e adentro?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Os anos Dilma

O calendário brasileiro, por inspiração do calendário romano pré-juliano, tem dois inícios; o primeiro em janeiro, o segundo, depois do carnaval. A mídia - serva do capitalismo - ignora solenemente os demais calendários pelo mundo, subjugados. Aqui no Brasil, a segunda data de início ainda não aconteceu, o que nos dá um fôlego a mais, embora o comércio e negócios se façam todos os dias, principalmente os escusos. No entanto, decisões importantes são adiadas.
     A substituição da presidência da Petrobrás é uma grata exceção que nos dá uma sensação de que o século XIX está se distanciando, por conseguinte, do período joanino por que passou o País, instaurando-se a competência e a carreira como critérios para nomeações importantes. Rumo ao processo eletivo e sem as nomeações de fundamentação exclusivamente pessoal, vamos avançando na formação da cidadania - ainda que a passos lentos, visto a demanda reprimida da sociedade brasileira.
      Apesar da ignorancia ainda ser um contratempo no ato do voto, o processo eletivo está se configurando promissor, não obstante a imprensa está mais esclarecedora à medida que se posiciona contra ou a favor do governo. Este é o lado positivo de uma mídia vendida: fazer oposição obriga a uma posição e defesa de um conceito, ainda que nocivo, parcial e covarde como os editores brasileiros.
     A era Dilma, lenta e gradualmente está mudando conceitos (ainda presentes no governo Lula). Para muitos, a agressividade de gestão do Poder Executivo anda a passos de tartaruga para as mudanças sociais tão urgentes, o que tem razão. Mas o fator de mudança social e de formação de cidadania carece de uma absorção realmente lenta. É fácil para a mídia oposicionista e seu séquito de parlamentares fazer argumentações facilmente digeríveis para a população. No entanto, está cada vez mais difícil mentir e inventar argumentações levianas contra o processo que se instaurou, sem uma segunda leitura. A exemplo deste fenômeno surge o Poder Judiciário: ao banco dos réus pela primeira vez, e sob a voz feminina exigindo a correção do curso do CNJ. (Para não ficar para trás a masculina OAB se manifestou bravamente).
     O carnaval levará para longe muitas preocupações, inclusive a mensagem midiática, ocupada em cobrir as festividades de Momo e seu imenso cortejo saltitante, suado e cheio de hormônios... E logo em seguida as manchetes vão se voltar para assuntos menos mundanos, trocando de máscara, levantando suas baterias de tiros contra as boas e más medidas do governo, enquanto os tamborins se realocam nos bares, ao perfume de cerveja e linguiça acebolada com farofa...