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terça-feira, 17 de abril de 2012

A Mídia Brasileira sempre foi Canalha - já dizia o Millôr Fernandes...

Em entrevista à folha - durante sete horas - , Millôr Fernandes que atuou desde 1938 no jornalismo, (ainda na revista O Cruzeiro) deixa-nos clara a sua posição sobre a nossa imprensa, modernamente, chamada de mídia...
Folha - Você acha que o jornalismo brasileiro melhorou muito de lá pra cá?
Millôr - Muito, tecnicamente. Lamentavelmente, porém, do ponto de vista ético, moral e social, melhorou muito pouco. E já era quase criminosamente ruim naquela época. Conforme você sabe, eu não tenho nenhuma formação marxista, não acredito em excessivos determinismos históricos. É evidente, é liminar, que as forças de produção regem muitas coisas. É liminar que o contexto da sociedade reja fundamentalmente muitas coisas. Agora - o que não é liminar é o seguinte: há forças metafísicas, há entrerrelações no mundo que não estão previstas em qualquer ideologia; a isso eu chamo o anticorpo. O Marx é o próprio anticorpo dentro da sociedade em que vivia. Se as teorias de Marx fossem perfeitas, ele não existiria. Porque o contexto social e as relações de produção da época não o previam, não o permitiram. Você pode dizer que a imprensa é resultado do meio, a imprensa é resultado da sociedade em que funciona. Certo. Mas, às vezes, por força de um indivíduo, ou por força de um pequeno grupo de indivíduos, ela pode se antecipar ao seu meio e fazer progredir esse meio. Mas a imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o país. Acho que uma das grandes culpadas das condições do país, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime.
 - Tirado do site da Livraria da Folha in:
clique em Entrevista de Millôr à Folha 
 (ou   http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1068552-a-imprensa-brasileira-sempre-foi-canalha-leia-entrevista-com-millor.shtml)

domingo, 8 de abril de 2012

Segurança Pública no Rio de Janeiro

A criação das UPPs, que consiste em levar a PM para o alto das favelas no Rio de Janeiro é uma medida coercitiva e meramente de polícia, sem um projeto de reurbanização/reeducação, cuja eficiência fica comprometida desde a sua concepção e de confirmado fracasso, à medida que as páginas policiais permanecem como dantes, salvo raros eventos de melhorias relativas em parcas localidades dessa ou daquela favela.
Um  ausente projeto social e de educação garantem o status quo da insegurança, um futuro incerto, de cujas consequências estão desprovidas do lastro do desenvolvimento para as pessoas - repito: para as pessoas.
O espaço sofreu pequenas intervenções, miseráveis praças e nenhuma escola foi fundada - a prioridade é a arma de fogo, o efetivo de policiais e infraestrutura para manter instalações improvisadas a fim de conter mini-quarteis para policiais recém concursados, oriundos de um treinamento feito às pressas para atender a uma população acostumada com o desmande e a desordem, atuação em meio ambiente depauperado por milícias e ocupação irregular - tudo sob um discurso enganador e maldoso, dotado de um cinismo apurado a convencer os eleitores que se veem iludidos a reeleger os mandatários farsantes.
O urbanismo e a escolaridade de baixíssimo nível permanecem intactos, sob o jugo da força pocilial igualmente fragilizada por um sistema concebido para enganar a toda população. O princípio adotado é o mesmo que se praticava quando a PM subia à caça de marginais. Agora, o processo de construção de moral é tão midiático quanto antes, associado a uma ocupação meramente física do Estado, através de acordos locais codnominados de "sem dar um tiro"; no entanto, fadado ao fiasco, findas as festas de Copa do Mundo e Olimpíadas.
A farsa tem as mesmas dimensões do entorno das vizinhanças da zona sul e dos locais reservados aos eventos desportivos - objetivo de governo, sem políticas de Estado - enquanto todo o estado do Rio de Janeiro fica a mercê da corrupção e do abandono da responsabilidade do serviço público
A bomba relógio, de consequências desconhecidas tem data para explodir, uma vez que o sr. Governador e seu séquito provavelmente nada responderão pela falácia e enganação instaladas nas favelas cariocas.
A História repete seus desígnos políticos, a promoção dos maus políticos por meio da exploração da pobreza e das fraquezas da sociedade capitalista.