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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Franciscano ou Socrático?

Poupemo-nos.

A inteligência e a perspicácia fazem mudar o rumo dos acontecimentos; não necessariamente o curso da História.
O fato dos presidentes Blatter e Rousseff não discursarem na abertura da Copa 2014 é um ato de política da boa vizinhança - e de socratismo.
Pode parecer covardia, mas vejo como prudência. Como diz o ditado, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.
O ato não é uma omissão, mas uma afirmação de reconhecimento e respeito pelos envolvidos e pelo envolvimento que esta festa traz.
Não sou devoto de futebol, nem de São João. Já pulei fogueira e hoje procuro me esquivar das fumaças suspeitas. É uma tentativa de evitar problemas.
Assim fazem aqueles dois presidentes. Omitir-se para demonstrar respeito e reconhecimento.
Não são papas, mas procuram poupar para ser poupado.
Pelo trocadilho peço vênia, mas vale pelo pensamento franciscano, tal como canja de galinha: não faz mal a ninguém.
Como eu sempre tenho dito: "A ditadura não acabou. Ficou inteligente".

Com o neo-liberalismo e o valor do capital financeiro maior do que o capital humano, temos o fim do valor da palavra. Vale a força policial e a vontade da autoridade. É o autoritarismo velado que se consubstancia aos poucos.
A materialização disso está no ato do Supremo.
Joaquim Barbosa hoje é o Supremo.

E a mídia?
A Mídia faz o trabalho de espalhar os excrementos eletronicamente.




Não resiste, o jornalista a serviço do caos não resiste e põe no megafone, põe no arauto do dia, põe na gazeta e põe no html.
É a tecnologia eletrônica a serviço do capital financeiro para jogar areia nos olhos de quem tenta fazer foco. Mas a leitura de primeira instância é mais forte do que a leitura profunda. Infelizmente, a leitura profunda é feita somente por uma rala parcela da população.
A escola ainda não percebeu que o celular pode ser um aliado, o qual, até agora está proibido em sala de aula. A mídia terá um dia que ser desmascarada e desmoralizada de vez; não por ser mídia, não por ser viciante, mas por ser monopolizada pelo capital financeiro.

A palavra que as Escrituras conseguiram construir para a servidão ao Senhor, está fadada a mera figura de retórica da fofoca e da ilação. Hoje, a mesma palavra que denuncia, se esvazia na imensidão do caos eletrônico por onde é veiculada. A palavra não vale nada!

Na verdade, atos como o de Joaquim Barbosa são possíveis em um ambiente de omissos e subalternos vendidos ao poder do capital financeiro.
No entanto, esses mesmos atos podem até ajudar a melhorar a (frágil) Democracia Brasileira, à medida que cria o ambiente para o protesto e a indignação.
Com ou sem bad blocks.

terça-feira, 10 de junho de 2014

A Copa no Brasil: não a minha Copa.

Não vou negar que a retórica do futebol é primorosa; a fé em um mundo melhor é o combustível para esta alegria.
A consciência, no entanto, não está adormecida. Há manifestações por aí. Isoladas, mas há.
Se é um momento de alegria, que seja eterno, intenso e compensador.
O povo é vencedor. Por isso, entendo que vai parar tudo para ver o jogo da Seleção Brasileira, ainda que não seja a minha, ainda que não seja o meu esporte, ainda que não seja a minha paixão, ainda que não seja a minha prioridade, ainda que não seja razão para minha alegria.


Não vou torcer e não espero que esta Seleção de jogadores, atletas vençam esta Copa.
 

Espero pela vitória do sentimento de nação e do orgulho de se ter nascido no Brasil e ter feito história aqui.
Seleção não faz história e vence pelo caneco, por uma copa mundial, fonte de riquezas e alegrias para multidões.


O dia seguinte, enxugando o suor da torcida temos um trabalho a fazer:um País por construir. 

Se vencermos, melhor, mas somente como um tempero, não como o prato principal.

A Seleção que deverá vencer está por ser eleita nas próximas eleições de outubro/2014, com ou sem caneco debaixo do braço ou no andor da FIFA - escondido, guardado como um souvenir de uma viagem ao País das Alegrias e dos Sorrisos à beira-mar.