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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Das Letras às Melodias Olímpicas

Queridos cariocas, aproveitem.

Ô Abram alas
Qu´eu quero passar...

Aproveitem o naco de cidadania que as autoridades estão fazendo divulgar através das mídias e, exclusivamente através das mídias.

Quem pensou que a imprensa é um órgão livre e dotado de liberdade de expressão?
Está enganado?
Exercício do contraditório e do direito a resposta - o que é isso?
E (aqui vamos nós!), deparamo-nos com a monarquia das mídias. Muitas.
São muitas, é verdade, mas obedecem a um princípio constitucional (do que se constituem) da própria regulamentação da oferta e da demanda - princípio não jurídico, mas de efeito por fato - não necessariamente de direito.
(Só para acompanhar as eleições dos EEUU, a Constituição está na moda - isto é na mídia).

Temos a oportunidade de contemplar as benesses do estado democrático provedor. Impostos usados em prol de recursos (jamais seriam contemplados), como asfalto e marcações nas avenidas limpas e dotadas de iluminação pública - luz da lâmpada queimada (e substitídos com lentes de contato colorida) nos olhos da carioca:
Ela é cariocaEla é cariocaBasta o jeitinho dela andarNem ninguém tem carinho assim para darEu vejo na luz dos seus olhosAs noites do Rio ao luar... 
... a fim de manter vivos os outdoors que vamos exportar nos chips das câmeras que fotografarão o Rio de Janeiro. Não é lindo? Seremos visualizados nas telas do mundo inteiro, públicas (broadcast) e particulares (pads, ipods, tablets, notebooks etc and cetera).

As mídias pagas e voluntárias estão a nosso serviço: meteorologia, tráfego e transporte público de qualidade, plantões de médicos, para-médicos, enfermeiros, estoque a vontade no banco de sangue e outras regalias que antes das bodas de Canaã ainda não tinham sido contempladas pela transformação maravilhosa, diante da recusa do conhecido taumaturgo J.C. neotestamentário - de água para vinho - e da melhor qualidade, mesmo ao fim da festa, quando todo o vinho se extinguira nas ânforas de barro cozido.

De barro cozido pelo calor infernal de São Gonçalo, de Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e toda uma plêiade de cidades-satélites que se alimentarão das dispensas e abundantes regalias ao Rio de Janeiro. Não é lindo?
O Rio do samba e das batucadasDos malandros e mulatasDe requebros febris
Os aeroportos, enquanto a melhor saída para o Brasil, (segundo Tom Jobim), agora são a melhor entrada. Rio de Janeiro, gosto de você:
Rio de janeiro, gosto de você Gosto de quem gosta Deste céu, desse mar, Dessa gente feliz...
Gente feliz?
Ah! Sim, as que dão entrevistas editadas nas tvs e nas rádios? (Na mídia e para a mídia abrem seu sorriso carioca e maroto, esquecendo que é carioca, se achando cidadão do mundo olímpico).

Quem vai lavar o terreiro depois?
Quem vai lavar as latrinas?
Quem vai desentupir os esgotos? (Tarefas desde o Leme ao Pontal).

E em setembro, ("quando chegar setembro"), cantaremos em uníssono:
(incluindo toda a baixada fluminense, o Engenhão, o Caio Martins, o Maracanã, o Célio de Barros,
o Júlio Delamare, a Fundação Xuxa, o Fórum, as ruas do Jacaré e até a beira-mar das ilhas do Governador e de Paquetá).

O Rio de JaneiroContinua lindoO Rio de JaneiroContinua sendoO Rio de JaneiroFevereiro e março

Continua lindo para quem, cara pálida?

Enquanto isso, feriados de última hora: sem fregueses na porta, sem alunos em sala.

Velho Guerreiro,
Aquele abraço...

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